Tudo
aquilo que é simples se apresenta como perfeito, ou mesmo da perfeição se
aproxima. Assim é a água: simples, portanto, perfeita! Apenas duas moléculas de
Hidrogênio e uma molécula de Oxigênio formam uma substância naturalmente
perfeita e essencial a todas as formas de vida que se tem conhecimento.
A
simplicidade e essencialidade da água a faz combinar adequadamente com os
outros recursos ambientais básicos, tornando possível o surgimento e manutenção
da vida em todas as formas. No subsolo se apresenta calma, limpa e em grande
quantidade. No solo, por sua vez, permeia tranquila por todos os poros sem
incomodá-lo ou mesmo cobrindo-o como um sagrado manto. Aliás, é por meio dele
que se apresenta como seiva da vida que neste encontra suporte e amparo. No ar,
mesmo invisível, também ali se faz presente auxiliando a respiração e pronta
para retornar ao solo e subsolo, transformando-se visível novamente.
A
passagem da condição visível para a condição invisível é feita de forma calma e
até imperceptível (evaporação). Porém, a passagem da condição de invisível para
a visível às vezes se apresenta de forma traumática, porém, naturalmente
aceitável e necessária (precipitações: chuvas etc.).
O
descaso com a água é o mesmo descaso em relação às camadas mais simples da
sociedade. Devido à sua simplicidade, normalmente é deixada de lado pela
sociedade e especialmente pelo poder público. Este, em todas suas facetas, com
raríssimas exceções, é negligente, omisso e inoperante, quando o assunto é a
adoção de medidas para sua proteção. Denuncia-se, também, a postura degradante
e omissa da sociedade em relação à proteção desse essencial recurso.
Portanto,
por sua simplicidade, a água tornou-se vulnerável às agruras do ser humano. Assim,
quando atacada em sua dinâmica, com o lançamento de substâncias maléficas,
reage expelindo desagradável odor e espalhando doenças e desconforto. Quando
atacada em seu local de descanso, sua reação é mais simples: calmamente se
retira causando a morte das formas de vida ali existentes e impedindo o
surgimento de outras.
No
entanto, assim é a água: não é arrogante, pois é conhecedora de sua importância.
Por ser simples e ao mesmo tempo não subserviente, sabe exatamente a hora de
entrar e sair. Sabe exatamente como deve agir para que o ser humano perceba seu
real valor. Simples assim!
Valentim
Calenzani – 14/03/2018
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